Hoje vou assim!


Hoje vou dançar com malabares e sem sair do chão vou saltar de pára-quedas com fantasia de flor. Vou me enveredar nos rastros de Seus tecidos e texturas e me pandeirar de cor. Quero correr pela avenida, passar por entre os carros sorrindo abertamente com nariz de Clown. Borrifarei alegria sementiando paz nos olhos cansados de mal. Hoje eu vou me despir do receio do que os outros acham da minha dança louca. Vou plantar bananeira e me regar de céu. Com ternura pouca vejo esvoaçar louca as madeixas do meu singelo véu. Hoje vou bailar como me der na telha, me lançar nas ondas de um som de sonho bom, me esquivar da técnica que inventaram para me prender, vou soltar as amarras, destoar o tom e viajar no som. Hoje vou carregar a mochila de amor, deixar abrir o zíper enquanto giro louca de braços abertos e olhos fechados, e no espirrar de suas gotas vou gargalhar louca até não me aguentar no ar. Vou me morder nos lábios enquanto Te imagino sorrir pra mim e deixo que digam que sou louca por me entregar assim.

Vanessa, traz ela pra mim!


Só agora pude perceber o quanto traz a representação dela que ainda quero guardar em mim. As mesmas olheiras e o mesmo olhar cansado. A falta de maquiagem indica que se por um lado lhe falta vaidade por outro lhe sobram rugas. Seus poucos cabelos na testa e seu jeito louco de manifestar qualquer ação, só que menos mimado. Vejo agora que desamarrou o rosto usado e me focou com um olhar úmido. Lembro-me dela, não com pesar, mas com saudade alegre (se é que existe), se isto tem outro nome desconheço. E preservo, então, essa saudade que de tão alegre nem chega a doer. MINTO! Dói sim, mas de levinho, quase imperceptível. Essa comparação é mais uma das minhas muitas tentativas de desenferrujar a memória e rever a imagem que jamais pensei que seria embaçada pelo correr incansável do tempo. Só precisa desempoeirar e trazer à margem a figura que é só sua.
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