Sorrateiramente


Fiz uma cabaninha de coberta pra ganhar privacidade e enquanto eu chamava seu nome me imaginei criança. Logo entrei na personagem e já senti ansiedade do Pai vir brincar comigo. Tive que me conter ao vê-lo entrar sorrateiramente e com aquele sorrisinho de bom moço dizer: “Com licença, doce senhorita!” Dessa vez portei-me como uma adolescente de trança, franjinha e vestido rodado. Com um tímido sorriso de canto, respondi de leve: “Fique á vontade, querido rapaz!” Nos olhamos com tanta ternura que as palavras tornaram-se desnecessárias. Tinha mais amor nos seus olhos do que em seus lábios. Foi, então, que me dei conta de que é esse mesmo amor que espera que eu coloque em prática. Agindo mais que falando. Adormeci ali mesmo, segurando sua mão e te amando ainda mais e mais!

E demorar...

Foi bem agora, me encolhi no Teu colo. Ainda sem entender que espécie de amor é essa, escorreguei minha mão pelo Seu rosto grande e pude sentir o ingênuo pinicar do despontar de Sua barba. Pode parecer estranho, mas Te humanizo sempre que meu desejo por Sua presença se torna incontrolável. Aí, eu choro, porque não me agüento! Preciso externar! Então resmungo doces palavras enquanto minha boca procura por seus ouvidos. Tem hora que Te sinto denso. Quanto mais aperto meus olhos mais nítido Te vejo. E quanto mais aperto mais vontade tenho de Te apertar. E Te beijar. E demorar num abraço.

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