O que tinha que ser

São vários os questionamentos saltando daqueles pequenos grandes olhos: por que preciso conter minhas gargalhadas? Por que o choro da boneca incomoda tanto? Quando foi que esgotou a cota de abraços? É difícil lembrar o aniversário de alguém tão importante? É importante? Por que não liga? Se interessa? Por que ela? Será que não percebe que faz falta? Será que não intende que segurar o choro por muito tempo amarga a alma? O que ela fez que o deixou tão bravo? Por que queria um menino? Será que em toda a sua força não sobra um pequeno esforço em protege-la? Acaso não vê que a menina cresceu, mas ainda sonha como criança? E que te ama mesmo sem razão? Hein?

Doce presença






Por que num calça um havaianas? Vai ficar lindo! Disse ela, soltando as palavras por entre os dentes de um sorriso largo. Ele, olhando e mexendo os dedos do pé, pegou sua mão, deu de ombros e disse satisfeito: Melhor não, quero ficar descalço mesmo e sentir a grama. O semblante dela deixava tão claro a satisfação de estar com Ele novamente. Repetidas vezes balbuciava ao vento: Doce presença! Seu sorriso, pateticamente constante, denunciava o sabor do reencontro. Ele, como sempre, muito calado, bem observante e todo rapaz. De costume, um olhar macio e aconchegante, só Dele. Um amor gentil envolveu os dois que se perderam nas notas de um tranquilo MPB. Ainda é possível sentir o delicioso aroma das palavras que Dele saltavam. De olhos fechados revejo a cena de um momento, que de tão inexplicável chega a ser único, unicamente deles.
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