Só o que restô.

Num cantinho envolto de cobertô

Toda trabalhada em vestido de flô

Nos olhinhos gotas de amô

Saudade que veio e visitô

Sem querer, a pobre coitada, bateu no peito e machucô

Na porta do coração palavras duras sem cô

Escritas no papelão que o vento num carregô

Fique quietinha que o tempo passa e nas suas asas leva a dô

Espero poder um dia ficar ao seu dispô

Cantar poesias bonitas com voz de cantadô

Deitada no seu colo até o sol se pô

Fico só com a fotografia que o tempo amarelô

Te tenho só um pouquinho e foi só o que restô.


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