Gotas


Tá tudo tão escuro, o cinza das paredes mofadas sufocam minha garganta. O grito se cala, a melodia se cansa e a fétida mente perturba-me os olhos. Não há pra onde correr, não enxergo frestas, não há passagem de luz.

A mórbida escuridão tem tentado me cegar. Estou preso, enclausurado nas grades que eu mesmo construí. O aspecto da casa é sombrio, são concretos em notas de podridão, janelas serradas, poeira, vão.

Apenas ressoa uma insistente sintonia de gotas mortas espalhadas pelo chão. Por todo lado. Somente gotas. Nada que satisfaça o anseio desesperado da minha alma. Algo no meu interior grita por socorro! E desesperadamente suplico refúgio. Sem um além pra me aquietar, sossegar as palmas dos pés.

Faltam-me as loucuras de Suas enchentes desbravando minhas correntes. Vem, desagua e arrebenta as ruínas do meu diminuído coração. Vem extravagante amor. Deslimita o inevitável, faz manhã aqui dentro. Vem, desperta aurora surpreendente. Colore meu céu com o tom rosado do seu vinho mesclado em raios de sol.

Faz alegria, renovo em som de risos altos e pura poesia. Vem do alto e traz A doce companhia. Retira o desgastado reboco e faça-me companhia. Traga-me O novo. De Novo. E só!


Esse texto eu fiz pro meu amigo Dayvid dançar! =]

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